Advogadas de ‘Viúvo do Twitter’ negam acusações de traição que viralizaram na rede; leia nota
Publicitária acusa Bruno Mendes de viver relação paralela ao casamento; ele ficou conhecido por escrever cartas à esposa, morta em fevereiro
Em março deste ano, um perfil viralizou no Twitter ao publicar quase diariamente mensagens de luto. Bruno Mendes, 36, compartilhava textos sobre a perda de sua esposa Ivy Beatriz, morta aos 33 anos em decorrência de uma síndrome rara chamada Klippel-Trenaumay. Ele tornou-se conhecido na plataforma como o “viúvo do Twitter”.
Quatro meses após gerar comoção nas redes com seus relatos e falar ao blog #Hashtag sobre a síndrome com a qual Ivy conviveu por toda a vida, Bruno está sendo acusado de traição por uma suposta amante.
Em uma sequência de postagens publicada nesta segunda-feira (17), Luiza Rocha, sob o usuário @louierch, diz ter mantido uma relação com Bruno por cerca de um ano, e que ele prometia terminar seu casamento com Ivy. Em nota enviada à Folha, as advogadas de Bruno dizem que as informações divulgadas não são verdadeiras e medidas serão tomadas para impedir que notícias falsas sejam veiculadas. Ele deletou sua conta no Twitter.
Nesta quarta-feira (18), termos como “Bruno Baketa” e “Viúvo” alcançaram mais de 6 mil e 40 mil menções na plataforma. Após a repercussão da publicação inicial, Luiza tornou sua página privada.
“A repercussão do meu post sobre o que aconteceu comigo já passou e muito dos limites. Gostaria de expressar o quanto não desejei que essa situação tomasse proporções tão grandes e que as pessoas compreendessem a importância de respeitar nossas famílias”, escreveu ao reabrir o perfil na plataforma. Ao blog #Hashtag, Luiza diz estar sofrendo ameaças nas redes e que não quer comentar o assunto.
Na publicação em que acusa Bruno de trair sua esposa com ela, Luiza diz que foi enganada e não consegue entender o motivo pelo qual ele publicava cartas abertas a Ivy sabendo que ela identificaria similaridades com as mensagens recebidas dele.
Entre as semelhanças, Luiza anexou prints de conversas e vídeos supostamente enviados como gesto de carinho a ela em 2022, e utilizados em 2023 em publicações de luto feitas por Bruno.
No Twitter, em meio à repercussão, Bruno recebeu apelidos como “Nino Sarratore de Nova Iguaçu” (em referência ao personagem da tetralogia napolitana de Elena Ferrante) e, ao estilo próprio desta rede, o assunto está sendo esmiuçado de forma “muito normal e dentro do tom”.
LEIA NOTA ENVIADA PELAS ADVOGADAS DE BRUNO NA ÍNTEGRA:
“As advogadas de Bruno Mendes, Dra. Camilla Xavier e Dra. Isabella Meijueiro, sócias do Meijueiro Advogados, informaram que há provas de que as informações passadas por Luiza da Cunha Lima Rocha não condizem com a realidade dos fatos e que as medidas judiciais estão sendo tomadas, sobretudo, para que os veículos de informação sejam impedidos de compartilhar notícias falsas. A pedido do Sr. Bruno Mendes, que está muito abalado com a superexposição, poupará a divulgação de detalhes sobre a vida íntima do casal. As informações que estão sendo veiculadas trata-se de grave ofensa à honra de pessoa falecida há 5 (cinco) meses, em que há uma família em luto e uma menor que merece ser resguardada neste momento de dor.
Isto porque, conforme explica Dra. Camilla Xavier, a violação à honra da pessoa falecida produz profundos efeitos no meio social. No caso em apreço, a violação está causando dor aos familiares e amigos da falecida, além de contribuir para um cenário de baixa efetividade da proteção dos direitos de personalidade. O direito visa justamente o oposto: proteger ao máximo os atributos essenciais à condição humana. Daí a necessidade de se proteger post mortem a personalidade, sobretudo à honra, que resguardará a legitimidade para pleitear a adoção das medidas necessárias a inibir, interromper ou remediar a violação, como preconiza o art. 12, caput e parágrafo único do Código Civil Brasileiro.”