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FolhaPress

Bombeiros encerram buscas em Capitólio, e polícia e Marinha vão avaliar região

Os militares informam que resgataram todas as vítimas no Lago de Furnas

Foto: Cristiano Machado / Imprensa MG

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais encerrou as buscas no Lago de Furnas, em Capitólio, cidade turística a cerca de 300 km de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (11). De acordo com o delegado Marcos Pimenta, a Polícia Civil e a Marinha devem ser responsáveis pelos trabalhos no local a partir de agora.

No sábado (8), uma rocha se desprendeu de um paredão em um cânion, no mesmo local, e atingiu quatro embarcações. Dez pessoas que estavam na mesma lancha morreram. Os bombeiros informam que resgataram todas as vítimas.

Em reunião na manhã desta terça na Delegacia Regional de Passos (MG) -que investiga o caso-, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros, a Marinha e a Defesa Civil discutiram os próximos passos da averiguação sobre o que aconteceu no local. Com todos os desaparecidos resgatados, não se viu mais necessidade de operação de busca no lago.

“Até o momento não há mais desaparecidos. Os dez já corpos foram reconhecidos pela Polícia Civil com apoio da Polícia Federal”, afirmou Pimenta.

Os prefeitos das três cidades da região do lago de Furnas devem ser ouvidos: Capitólio, Furnas e São José da Barra, nesta semana. Cristiano Gerardão (Progressistas), de Capitólio, deverá ser ouvido ainda nesta terça.

A Polícia Civil está à procura um geólogo para ajudar a investigar a causa do desmoronamento.

A perícia estima que há pelo menos duas lanchas no fundo do lago, além da “Jesus”, onde estavam os dez mortos, completamente destroçada pelo desmoronamento. A suspeita é que essas lanchas foram viradas pela onda gerada pela queda da rocha. Todos os passageiros foram resgatados com vida.

Da parte da Polícia Civil, cabe agora averiguar os possíveis responsáveis pelo deslizamento. Pimenta diz que é precoce dar qualquer diagnóstico -se foi causa natural ou humana.

A polícia está em contato com a Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto), a SBG (Sociedade Brasileira de Geologia) e outras instituições para contratar um geólogo especializado neste tipo de rocha.

“Somente um expert com know how da ciência poderá ajudar. Estamos atrás de atores que dominam a ciência, e não de palpiteiros”, declarou o delegado. “Não é questão de buscar culpados, mas de averiguar. O que posso garantir é que vamos exaurir todas as possibilidades. Se houver fator humano, será indiciado.”

Sete corpos foram resgatados no dia do acidente e outros três foram encontrados no último domingo (9). Entre as vítimas, quatro eram da mesma família e os outros eram amigos. Todos estavam hospedados em um rancho em São José da Barra e fecharam um passeio de barco em Capitólio.

Na segunda (10), o velório coletivo de quatro vítimas parou a cidade de Serrania (MG). A prefeitura já havia decretado luto de três dias.

ANÁLISE DE RISCO

O prefeito de Capitólio admitiu no domingo que nunca houve estudo de análise de risco geológico no local onde ocorreu o desabamento do paredão de rocha.

No sábado, cerca de duas horas antes do desabamento, a Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido um alerta para chuvas intensas na região com possibilidade de “cabeça d’água”.

Outras regiões do estado são atingidas por fortes chuvas. Balanço divulgado nesta segunda pela Defesa Civil informa que 145 municípios estão em situação de emergência. Há registro de alagamentos e trânsito interditado em rodovias. A Prefeitura de Pará de Minas emitiu alerta de risco de rompimento de barragem.

Por Lucas Borges Teixeira 

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