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Cidade do Rio suspende vacinação de adolescentes de 12 e 13 anos por falta de doses da Pfizer

A vacinação com outros imunizantes continua, tanto para a primeira quanto para a segunda dose

A Prefeitura do Rio de Janeiro, sob gestão Eduardo Paes (PSD), suspendeu a vacinação de adolescentes de 12 e 13 anos por falta do imunizante da Pfizer, o único recomendado a essa faixa de idade, neste sábado (18).

Embora o Ministério da Saúde tenha recomendado aos estados que interrompam a vacinação entre adolescentes que não tenham comorbidade, o Rio decidiu continuar com a imunização. A Secretaria de Saúde da cidade confirmou à reportagem que a falta da Pfizer foi o motivo para a interrupção, já que “vacinou adolescentes de 14 anos até sexta-feira (17)”.

“Na próxima reunião do Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19, o tema será debatido para decisão sobre a continuidade da vacinação de adolescentes de 13 e 12 anos”, diz a secretaria, em nota.
Na sexta, a cidade também suspendeu a aplicação da segunda dose da vacina CoronaVac por falta do imunizante. A secretaria diz aguardar a liberação de um lote de 166 mil vacinas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Parte desse lote inclui a remessa suspensa pela agência porque a unidade responsável pelo envase não foi aprovada na inspeção da Anvisa durante a Autorização de Uso Emergencial do imunizante.

A vacinação com outros imunizantes continua, tanto para a primeira quanto para a segunda dose. Também prossegue a dose de reforço, que está sendo aplicada em idosos com mais de 90 anos e em pessoas com alto grau de imunossupressão, com 60 anos ou mais.
Ainda segundo a prefeitura, 5,3 milhões de pessoas já receberam a primeira ou dose única na cidade, 98% dos cidadãos. Cerca de 61% já completaram o ciclo vacinal.

Na noite da última quarta (15), o Ministério da Saúde orientou a vacinação contra o vírus apenas para pessoas entre 12 e 17 anos que tenham “deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade”.

A decisão estaria embasada nas orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) de não recomendar a imunização de adolescentes, por essa faixa etária ter poucos casos graves e faltarem estudos sobre a vacinação nesse grupo.

Especialistas contestam a decisão. Médica infectologista, Joana D’arc Gonçalves da Silva se surpreendeu com a decisão federal, uma vez que os adolescentes brasileiros têm “atividade econômica e circulam muito por diversos ambientes”.

“Essa circulação do vírus é o que mais nos preocupa”, diz. “Para o coletivo, a decisão é ruim”. Ela diz que a mudança “vai retardar ainda mais o fim da pandemia”, permitindo “o ambiente para o aparecimento de novas variantes”.

Para ela, a única justificativa para suspender a vacinação é a falta de doses. “Se o critério for diminuir custos por falta de insumo, aí sim, é preciso priorizar quem tem mais risco de adoecer”, defende.

Texto: WANDERLEY PREITE SOBRINHO

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