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FolhaPress

Jovem denuncia atendente e avaria de cadeira de rodas em voo da Azul

Esther Luz, que vive com amiotrofia muscular espinhal, publicou relato no Instagram

Foto: Reprodução/Instagram

Uma mulher com dificuldade de locomoção denunciou que teve a cadeira de rodas especial motorizada avariada durante um voo da Azul de Lisboa ao Rio de Janeiro (RJ), com escala em Campinas (SP), e que enfrentou problemas no trato por parte de funcionários da companhia Azul.

Esther Luz, que vive com amiotrofia muscular espinhal, publicou relato no Instagram em que disse ter sido ignorada por atendentes e que acredita que o equipamento foi prejudicado propositalmente.

Em vídeo, a mulher alega que já viajou quatro vezes pela Azul, mas que se sentiu desrespeitada todas as vezes. Ela explica que pessoas com deficiência, ao viajar de avião, precisam preencher um documento chamado Medif, sigla em inglês para Formulário de Informações para Passageiros com Necessidades Especiais.

“Através do Medif, a gente avisa à companhia aérea que vai ter uma pessoa com deficiência no voo, o nome do acompanhante, se ela precisa de cadeira, quais são suas necessidades”, explica Esther, lembrando que, dessa forma, a companhia foi avisada previamente da necessidade de atendimento diferenciado a uma das passageiras do voo que sairia do Rio de Janeiro em direção a Portugal.

Ao chegar em Lisboa, Esther precisaria de sua cadeira adaptada entregue na porta do avião para se locomover, o que não ocorreu.

“O funcionário da Azul começou a me perguntar se eu tinha certeza mesmo de que não andava. Depois começou a falar alto, dizendo que eu estava atrapalhando as pessoas, que eu estava atrasando o próximo voo. […] E não só isso. Ele me obrigou a usar uma cadeira de rodas totalmente desconfortável e sem adaptação”, afirmou a mulher.

Na volta ao Brasil, no domingo (24), Esther conta que teve problemas na chegada a Campinas, onde faria escala antes de seguir para o Rio de Janeiro. Segundo ela, o funcionário responsável pelos voos no aeroporto ficou perguntando aos comissários quem seria o responsável por ela, sem olhar em sua direção.

“Na hora eu respondi que eu mesma era responsável. E ele continuou a perguntar aos outros, dando as costas para mim e depois falando com o meu cunhado, que estava perto de mim. Ele falou que não tinha como trazer a cadeira, que a gente tinha que pegar no raio x, que esse era o procedimento”.

A mulher conta que, diante do impasse, se dirigiu ao funcionário e explicou tudo novamente, mas que ele lhe teria dado as costas e se dirigido ao cunhado dela, informando que a cadeira seria providenciada por causa da insistência.

“Ele saiu andando, não falou comigo. Me senti totalmente desrespeitada como ser humano, como mulher, como pessoa com deficiência. Isso não é só falta de caráter do funcionário, mas falta de treinamento. É evidente que eles não sabem lidar com pessoas com deficiência”.

Mas, ao chegar no Rio de Janeiro, a mulher recebeu a cadeira motorizada avariada. Segundo ela, a bateria estava quebrada, os fios de conexão arrebentados e o cinto que prende a pessoa da cadeira também estava estourado.
“Isso não foi um acidente. Foi causado propositalmente por uma pessoa sem treinamento e de caráter duvidoso.

Uma pessoa ruim. Do jeito que os fios foram arrancados, o cinto foi arrebentado, não foi algo que foi um acidente”, declarou Ether. Para ela o equipamento não é apenas uma cadeira qualquer. “É as minhas pernas, é o meu meio de locomoção, a minha independência, a minha liberdade. Fiquei impossibilitada de me locomover, de cumprir meus compromissos.

Segundo a passageira, assim que soube do ocorrido, a companhia aérea a teria procurado para oferecer vouchers de viagem como compensação pelo transtorno.

Em nota, a Azul informou que a companhia está averiguando a ocorrência, mas que tudo indica “que a empresa terceirizada, responsável pelo atendimento de clientes da Azul e de todas as companhias aéreas que operam no Aeroporto de Lisboa, demorou para disponibilizar uma cadeira logo após o pouso da aeronave, conforme procedimento padrão”.

A Azul afirmou também que está em tratativas com a cliente para reparar todos os danos causados à cadeira e que “reforçará ações internas” para evitar quaisquer aborrecimentos. “A política da Azul é atender seus clientes da melhor maneira possível, por meio de um serviço personalizado e humanizado, com qualidade, eficiência, presteza e, principalmente, segurança”.

A empresa esclarece ainda que todos os seus tripulantes passam por constantes treinamentos e cursos de reciclagem, que têm como principal objetivo promover “uma positiva experiência de viagem” ao cliente.

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