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Loja na Bahia exige funcionária branca e sem filhos em anúncio de emprego e gera revolta

Divulgação de vaga em Caetité foi feita nas redes pelo dono do estabelecimento, que depois apagou post; conselho de igualdade racial repudia

Uma loja do município de Caetité, no sudoeste baiano, publicou nesta quinta-feira (25) um anúncio de vaga de emprego que exigia candidata solteira, sem filhos e que se declarasse de cor branca, além de ser gentil e dócil. A postagem gerou repercussão entre os internautas, que acusam a loja de racismo, misoginia e machismo.

A vaga era para um contrato de pelo menos dois anos e também pedia que a funcionária tivesse no mínimo 18 anos e ensino médio completo. A loja SD Presentes data de 2006 e vende equipamentos eletrônicos.

A publicação foi feita originalmente na conta de Instagram de Edis da Silva Ribeiro, que consta como o dono do estabelecimento. Após a repercussão, o post foi deletado, e a página, desativada. A reportagem tentou contato com a loja e com o comerciante, mas não obteve resposta até a publicação.

O Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Caetité publicou uma nota de repúdio declarando que estará à frente do caso para garantir a punição do culpado.

“O Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Caetité vem a público repudiar todo e qualquer ato ou ação de intolerância, discriminação, preconceito, ou quaisquer outros atos que atentem contra a honra e dignidade da pessoa humana, bem como para reafirmar o seu compromisso com a promoção da igualdade racial, zelando pela defesa do povo caetiteense e pelo enfrentamento de toda forma de intolerância ou tentativa de supremacia racial praticada contra quem quer que seja”, diz trecho.

“Seremos sempre contrários às práticas discriminatórias, enfileirando-nos em defesa dos direitos constitucionalmente resguardados.”

O presidente do Conselho, Jorge Santana, falou à Folha que o órgão irá se reunir nesta segunda-feira (29) com o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, considerando a postagem traz ofensas não somente raciais, mas também misóginas.

Em seguida, as entidades devem formalizar uma denúncia ao Ministério Público. “Em pleno 2024 a gente está vendo uma postagem dessa. Com essa atitude dele, a gente pode ver que a população repudia essa prática. Hoje, ele nem abriu a loja”, conta.

No X (antigo Twitter), foram feitos comentários contra a loja e o dono, questionando as motivações dos critérios pedidos.

“Não entendi por que ele quer essas características em uma funcionária”, diz um internauta.

“Branca, gentil e dócil. Ele tá querendo um poodle?”, questiona outro.

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