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FolhaPress

Monumento a Marighella amanhece coberto de tinta vermelha em SP

Pedra em memória ao guerrilheiro foi instalada no local em 1999, durante ato que marcou 30 anos do líder da organização

Monumento a Marighella
Foto: Arquivo pessoal

O monumento ao líder da ALN (Aliança Libertadora Nacional), Carlos Marighella, amanheceu coberto de tinta vermelha nesta sexta-feira (30/7), na alameda Casa Branca, nos Jardins (zona oeste de SP). A pedra em memória ao guerrilheiro foi instalada no local em 1999, durante um ato que marcou os 30 anos do assassinato do líder organização que pregava a luta armada contra a ditadura militar.

Até o momento, não se sabe quem foi o responsável por jogar a tinta vermelha no monumento. Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) ainda não se manifestou sobre o caso.

O monumento a Marighella foi criado pelo arquiteto Marcelo Ferraz. Trata-se de uma peça de granito bruto, onde se lê: “Aqui tombou Carlos Marighella em 4/11/69, assassinado pela ditadura militar – São Paulo, 4 de novembro de 1999”.

A morte do líder da ALN foi reconhecida como assassinato em 11 de setembro de 1996 pela Comissão de Mortos e Desaparecidos da Câmara, e a família de Marighella foi indenizada. Agentes do governo brasileiro, sob o comando do delegado Sérgio Fernando Paranhos Fleury, mataram o guerrilheiro. A ALN teve participação no sequestro do embaixador dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, e do então embaixador da Alemanha Ocidental Ehrenfried von Holleben, em junho de 1970 –ano seguinte à morte de Marighella. A organização justificava os sequestros como forma de conseguir, em troca, a libertação de presos políticos.

Os assassinatos do executivo dinamarquês Henning Boilesen, que financiava ações do DOI-CODI, o órgão repressor do Exército, por meio da Oban (Operação Bandeirante) de um militante da própria ALN, Márcio Leite de Toledo, e de um capitão infiltrado da Forças Armadas são atribuídos à organização.

O ataque ao monumento a Marighella ocorre na mesma semana em que o grupo Revolução Periférica ateou fogo à estatua de Borba Gato, em Santo Amaro (zona sul). Paulo Roberto da Silva Lima, o Paulo Galo, e a mulher dele, Géssica, foram presos acusados de participação.

Matéria escrita por William Cardoso

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