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Presidência dos Correios aciona PF contra senador que denunciou caso de doações para o RS paradas em galpão em MG

O parlamentar recebeu uma denúncia de que no local haveria centenas de embalagens com doações de todo o Brasil para as vítimas da tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul

A gestão dos Correios acionou a Polícia Federal (PF) contra o senador Cleitinho (Republicanos-MG) após o parlamentar entrar e filmar, ‘sem autorização’, o interior de um centro de distribuição da estatal em Contagem (MG).

A informação foi veiculada na última sexta-feira (2), pelo jornal Folha de São Paulo. O caso aconteceu na última terça-feira (30). O texto ainda cita que o parlamentar passou por debaixo de uma catraca para entrar no galpão.

O texto, porém, não diz que o parlamentar recebeu uma denúncia de que no local haveria centenas de embalagens com doações de todo o Brasil para as vítimas da tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

Segundo a Constituição Brasileira, Art 49 (X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluindo os da administração indireta), um senador pode fiscalizar um órgão público.

Nas próprias redes sociais, Cleitinho veiculou um vídeo, que já conta com 10 mil comentários, em que mostra a conversa, por telefone, entre ele e um funcionário não identificado, da área da segurança dos Correios. Leia abaixo o diálogo entre os dois, no momento em que o parlamentar tentar acionar o local.

“Aí, se for o caso, o senhor me notifica, que eu proibi o senhor de acessar o operacional, é melhor.”, diz o funcionário não identificado, por telefone, ao parlamentar.

“O senhor pode me notificar também, que eu entrei sem ser permitido, dá licença.”, responde Cleitinho, passando por baixo da catraca.

E completa: “Se isto aqui não servir para nada para um senador da República [mostrando a identidade de senador] vim fiscalizar um órgão que é público, onde tem doação para o Rio Grande do Sul, e eu não puder entrar (..).

Ainda no vídeo, funcionários dos Correios, prestativos e muito educados, acompanham Cleitinho no galpão, enquanto o parlamentar calmamente mostra diversas embalagens, com dezenas/centenas de pacotes de doações de todo o Brasil para as vítimas do Rio Grande do Sul. Neste centro de distribuição em Contagem, nota-se, pelas imagens, que a maior parte das doações são de roupas.

Durante a gravação do vídeo, o senador liga para um deputado gaúcho para questionar se o Rio Grande do Sul ainda precisa de doações, de ajuda. O parlamentar gaúcho dá a seguinte resposta: “Senador, nós precisamos [ainda] de todo o tipo de ajuda.”

A reportagem do Mais Brasília (MB) procurou o senador, que respondeu ainda não ter sido notificado pela PF acerca do caso. O MB também questionou a assessoria de imprensa dos Correios, que não respondeu aos questionamentos até o fechamento dessa reportagem.

Um dia após o senador mineiro denunciar o caso em Contagem, o deputado estadual Leandro de Jesus (PL), na última quarta-feira (31), também acionou um centro de distribuição na Bahia.

“Sobre a fiscalização, a inspeção que Cleitinho fez em Minas Gerais, constatamos aqui o mesmo problema. Vários contêineres, com água, roupas, comida, várias doações que estão paradas. Esses contêineres de papelão, tem pelo menos aqui 600 contêineres desses parados. Isso daqui não pode ficar parado. É importante ressaltar que o pessoal [funcionários] dos Correios estão fazendo corretamente, estão apenas esperando o comando para ser enviado ao RS, para quem precisa. Isso precisa ter um fluxo.

Casos de denúncias sobre as doações para o RS, que estão paradas em galpões dos Correios, também foram veiculados pelo portal Mais Brasília (MB) há cerca de um mês.

No dia 26/6, o MB publicou estas denúncias com a seguinte reportagem: Sem conseguir escoar mercadoria, Correios mantêm doações para o RS paradas em SP; carga de Cajamar equivale a mil caminhões

À época, na reportagem, o portal pontuou que doações da população de todo o país, arrecadadas através de campanha Oficial dos Correios, para vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul (RS) estão paradas há quase dois meses em galpões em duas unidades de tratamento de São Paulo – Cajamar e Indaiatuba – porque a estatal não consegue escoar a carga. Além destes dois locais, também há mercadoria parada em outros pontos de São Paulo, e em Brasília, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

A informação foi revelada ao portal Mais Brasília (MB) por delegados sindicaismembros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo (Sintect-SP). À época, o MB também demandou a assessoria de imprensa da estatal acerca dos casos de denúncias sobre as doações paradas. Os Correios não responderam aos questionamentos da reportagem.

 

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