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Área técnica da Anvisa recomenda uso de Coronavac na faixa de 6 a 17 anos

O pedido do Instituto Butantan era para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos

A área técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sugeriu que a vacina Coronavac deve ser utilizada em crianças de 6 a 17 anos. A aprovação ou não do imunizante para esta faixa etária ainda depende de votação da Diretoria Colegiada do órgão, que ainda está em andamento.

O pedido do Instituto Butantan era para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. No entanto a área técnica entendeu que não existe dados suficientes para reduzir a vacinação até essa faixa etária. A avaliação também veta o uso do imunizante em crianças imunocomprometidas.

O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, que fez a apresentação da área técnica antes da votação, explicou que a ampliação da faixa etária para 3 a 5 anos poderá ser feita quando houver mais dados disponíveis.

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), e SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) apoiam a autorização e extensão do uso da vacina Coronavac para crianças de 6 a 17 anos.

Um dos estudos usados para a análise foi da vacinação no Chile, que tem resultado preliminar de efetividade na população de 6 a 16 anos. As evidências científicas disponíveis sugerem que há benefícios e segurança para utilização da vacina na população pediátrica.
A sugestão da área técnica é que a dose em crianças seja a mesma aplicada em crianças com intervalo de 28 dias.

“São os dados que temos maior informação [6 a 17 anos] e maior sugestão de desempenho. São os dados do Chile, de efetividade do Chile. Isso também é corroborado com os pareceres das sociedades médicas. E não imunocomprometidas porque essas crianças precisam de uma atenção especial, principalmente no que diz respeito a eficácia. A sugestão é que sejam vacinas crianças de 6 a 17 anos até que haja a apresentação de novos dados para subsidiar a ampliação da faixa etária”, disse Mendes.

O pedido é o segundo feito pelo Instituto Butantan para aplicar Coronavac em crianças e adolescentes. O primeiro, apresentado em julho, foi avaliado pela agência reguladora e negado por causa da limitação de dados dos estudos apresentados.

O Ministério da Saúde avalia usar a Coronavac em crianças. Como a vacina é do mesmo modelo aplicado em adultos, estados já se planejam para destinar doses estocadas ao público mais jovem.

O governo de São Paulo já reservou 12 milhões de doses de Coronavac para o uso em crianças.

A vantagem da Coronavac é a disponibilidade de doses, devido ao fato de que o imunizante parou de ser usado pelo governo federal.
O imunizante fabricado pelo Instituto Butantan está autorizada para uso emergencial no Brasil desde o dia 17 de janeiro de 2021 para pessoas a partir de 18 anos.

A Anvisa autorizou em 16 de dezembro o uso da vacina da Pfizer para imunizar crianças de 5 a 11 anos. O imunizante já era aprovado para as outras faixas etárias.

O Ministério da Saúde anunciou em 5 de janeiro que crianças de 5 a 11 anos receberão a vacina da Pfizer para a Covid-19 sem a necessidade de apresentação de prescrição médica.

A campanha de vacinação das crianças foi aberta na última sexta-feira (14/01) em São Paulo. O primeiro imunizado foi Davi Seremramiwe Xavante, um menino indígena de 8 anos.

A vacinação de crianças e adolescentes é tema sensível no governo Jair Bolsonaro (PL), pois o mandatário distorce dados e desestimula a imunização dos mais jovens. Ele chegou a ameaçar expor nomes de servidores da Anvisa que aprovaram o uso de vacinas da Pfizer em crianças.

A previsão é que a pasta receba até março ao menos 30 milhões de doses pediátricas da Pfizer contra a Covid-19, suficientes para imunizar parte da população de crianças de 5 a 11 anos.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estima que, em 2021, havia 20,4 milhões de pessoas de 5 a 11 anos. No entanto, a vacina é aplicada em duas doses.

Por Raquel Lopes

 

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