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FolhaPress

Ruralista acusado de financiar atos de Sérgio Reis chega à PF em tratores

Galvan é acusado de financiar os atos contra a Corte

Sérgio Reis
Foto: Reprodução

O presidente da Aprosoja Brasil (Associação dos Produtores de Soja), Antônio Galvan, chegou à sede da Polícia Federal em Sinop (MT) cercado de tratores. Ele foi se apresentar para depor após ser alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na semana passada.

Galvan é acusado de financiar os atos contra a Corte e a favor do presidente Jair Bolsonaro impulsionados pelo cantor Sérgio Reis. As manifestações estão marcadas para o dia 7 de setembro.
A casa do produtor rural foi alvo de ação de busca e apreensão pela Polícia Federal na sexta (20), mas ele não estava no local. A medida foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Galvan é um dos citados em um novo inquérito aberto por solicitação da PGR para apurar o financiamento e o incentivo de ações contra a democracia e os poderes constituídos.
Os cantores Sérgio Reis e Eduardo Araújo e o caminhoneiro Marcos Gomes, conhecido como Zé Trovão, também estão no novo rol de investigados e sofreram buscas.

O ministro do Supremo ainda determinou outras três medidas: os investigados estão proibidos de se aproximar no raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, em Brasília, dos integrantes do STF e dos senadores; bloqueio imediato dos perfis de titularidade dos requeridos e bloqueio da chave Pix que estava angariando fundos para manifestações.

Reis entrou na mira do STF após defender o afastamento dos ministros da corte pelo Senado Federal.
Em uma das falas, que foi feita em reunião privada e veio a público, o cantor disse que “se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria”.

O presidente da Aprosoja Brasil recebeu duras críticas por envolver a entidade na manifestação de 7 de setembro em apoio a Jair Bolsonaro.

Sérgio Reis almoçou com Bolsonaro e com Galvan, quando convocou o movimento do 7 de setembro em Brasília. Depois do encontro, ele enviou um áudio para um amigo, “Marcelão”, em que detalhava o apoio.

Reis disse que se reuniu com 40 plantadores de soja, “os grandes do Brasil”, e que eles tinham bancado “a ida de 400 índios para Brasília e eu, bancaram tudo e eu apresentei 400 índios para o Bolsonaro”.
Os mesmos produtores pagariam os custos da manifestação de 7 de setembro. Segundo Reis, caminhoneiros parariam estradas. E foi além: os manifestantes invadiriam e “quebrariam” o STF caso o Senado não afastasse os magistrados da Corte em 30 dias.

A revelação de Reis rachou os produtores de soja. O ex-senador Blairo Maggi, terceiro maior produtor do mundo, afirmou que Galvan não poderia usar a entidade para apoiar o ato. Disse que uma paralisação de caminhoneiros seria “uma tragédia” e colocaria o Brasil “de joelhos”.

A Aprosoja nega que esteja financiando o protesto.
Em nota, a entidade afirma que “sempre defendeu de forma peremptória o Estado Democrático de Direito e o equilíbrio entre os Poderes da República e continuará a ter a mesma postura republicana”.

Diz ainda que “não financia e tampouco incentiva a invasão do Supremo Tribunal Federal ou quaisquer atos de violência contra autoridades, pessoas, órgãos públicos ou privados em qualquer cidade do país”.

Texto: Mônica Bergamo

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