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Vacinação contra Covid em adultos está estagnada e preocupa, diz Fiocruz

A fundação realizou análises sobre a imunização contra o coronavírus no país e dividiu a adesão às campanhas da primeira e segunda doses

A vacinação de adultos contra a Covid-19 está estagnada e a adesão à terceira dose passa por uma desaceleração, afirma a Fiocruz em novo boletim divulgado nesta quinta-feira (19). A fundação diz que essa situação preocupa, principalmente porque a vacinação é a principal ferramenta no controle da pandemia neste momento de suspensão da obrigatoriedade do uso de máscaras.

A fundação realizou análises sobre a imunização contra o coronavírus no país e dividiu a adesão às campanhas da primeira e segunda doses em cinco fases. Já para a terceira dose, a instituição observou três períodos de aderência.

No caso da primeira dose, o melhor intervalo foi de junho até setembro de 2021, onde ocorreu um crescimento médio de 3% nas aplicações a cada semana. O pior período constatado é o atual, que teve iniciou em fevereiro e registra um incremento médio de 0,3% por semana. Embora com algumas variações, os dados de doses únicas ou segundas doses se assemelham ao modelo visto nas primeiras aplicações.

Já em relação à terceira dose, a primeira fase teve um crescimento lento e durou até dezembro. Depois, iniciou-se a segunda fase com melhorias na adesão (2,62% de crescimento por semana) que perdurou até fevereiro. A partir de então, houve uma queda na adesão à vacinação de reforço.

“A recomendação, portanto, é de manter especial atenção a este indicador, pois isso compromete o avanço da cobertura vacinal completa na população”, afirma a fundação.

Outro aspecto de alerta diz respeito a idosos. Foi observado que internações por Covid desse público estão maiores quando comparado com adultos com menos de 60 anos. A Fiocruz sugere que, como esse público foi vacinado no início de 2021, a imunidade induzida pelas vacinas pode reduzir com o tempo, sendo de extrema importância a dose de reforço para evitar casos graves da doença.

Outro ponto abordado pela Fiocruz é a imunização de crianças de 5 a 11 anos. A cobertura dessa faixa etária com duas doses é cerca de 32% em todo o país. No entanto, o fato de as vacinas estarem sendo aplicadas há aproximadamente cinco meses nos menores faz com que o cenário seja “o maior desafio” na avaliação da instituição.

Vacinas e o controle da pandemia Os imunizantes são essenciais para reduzir quadros graves da Covid-19 e também diminuir a transmissão do Sars-CoV-2.

Essa importância pode ser vista na diminuição de internações em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) no mesmo período em que as doses aplicadas cresceram. Além disso, a variante ômicron causou um aumento no número de casos da doença no país no início do ano, mas a proteção conferida pelas vacinas colaborou para que a mortalidade da doença não subisse.

Os dados compilados pela instituição nas últimas semanas ratificam esta percepção: entre 24 de abril e 14 de maio, foram registrados cerca de 16 mil casos e 100 óbitos. Neste caso, a letalidade foi cerca de 0,7%, número que figura entre “os menores valores estáveis desde o início da pandemia”, diz a Fiocruz.

Por Samuel Fernandes 

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