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Condenado por bomba diz que militares extremistas mapearam segurança de Poderes

Preso afirmou à polícia que 'Boinas Vermelhas' prestavam serviços, segundo relatório entregue à CPI do 8/1

Preso e condenado por tentar explodir uma bomba perto do aeroporto de Brasília, Alan Diego dos Santos Rodrigues afirmou à Polícia Civil do Distrito Federal que um grupo extremista formado por militares da reserva levantou informações sobre a segurança de autoridades e sobre as instalações do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso Nacional.

Os extremistas —chamados de “Boinas Vermelhas” ou “paraquedistas”— andavam armados e cobravam por serviços, segundo ele. Eles se ofereceram para fabricar e instalar o explosivo no caminhão-tanque, em dezembro, mas Alan Diego disse que resolveu fazer isso por conta própria, com a ajuda de George Washington de Oliveira Sousa.

O relato foi colhido pela Polícia Civil durante entrevista com Alan Diego em 26 de janeiro. O relatório de inteligência produzido a partir das informações foi entregue à CPI do 8 de janeiro e obtido pela Folha.

“Os membros desse grupo [paraquedistas] cobrariam por ‘serviços’ e teriam, segundo Alan Diego, realizado levantamentos relacionados à segurança de instalações e de autoridades do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, bem como de estações de energia elétrica em Brasília”, diz o documento.

“Alan Diego relatou que integrantes do grupo (denominado por ele como ‘mercenários’) queriam cobrar para fabricar e transportar a bomba no dia 24 dez 2022. Diante disso, o próprio Alan resolveu colocar o artefato explosivo em caminhão que estava estacionado nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília”, continua.

Segundo o relatório, Alan Diego disse que ele e George Washington deram voltas de carro pela capital federal e analisaram o prédio do STF, caso decidissem matar o então presidente eleito Lula (PT) ou o ministro Alexandre de Moraes. A intenção contra Lula foi revelada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em fevereiro.

“Questionado sobre a pretensão de George Washington em fazer treinamentos para disparo de longa distância com luneta, Alan Diego afirmou que, juntamente com George Washington, teriam dado voltas de carro por Brasília passando pelo STF para fazer reconhecimento do local para o caso de resolverem ‘chegar o sarrafo no Xandão ou no Lula'”, diz o documento.

George Washington e Alan Diego também participaram de audiência pública no Senado em 30 de novembro. Como mostrou a Folha , policiais legislativos desconfiam que parte dos vândalos que invadiu os três Poderes em 8 de janeiro aproveitou a entrada para mapear alguns pontos do prédio.

Chamou atenção da Polícia Legislativa que alguns agressores foram preparados para escalar o Congresso Nacional e pareciam saber, por exemplo, onde estavam os hidrantes —ligados para que a água ajudasse a conter o efeito das bombas de gás lacrimogêneo.

Alan Diego também afirmou à Polícia Civil que os “paraquedistas” visitavam Ana Priscila Silva de Azevedo no setor hoteleiro de Brasília “com frequência” e “seriam próximos” a Diego Dias Ventura. Eles participaram do ataque de 8 de janeiro e são apontados como duas das principais lideranças do movimento golpista.

Ventura foi preso pela PF (Polícia Federal) nesta quinta-feira (20) em Campos dos Goytacazes (RJ) no âmbito da Operação Lesa Pátria. Ana Priscila está presa preventivamente desde janeiro por decisão de Moraes.

A atuação dos chamados “Boinas Vermelhas”, “paraquedistas” ou “PQDs” também foi descrita pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Como mostrou a Folha, relatório elaborado pela agência em 27 de dezembro de 2022 alertou sobre a presença dos extremistas no acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.

Segundo a Abin, o grupo —sem estrutura centralizada— é formado por militares da reserva das Brigadas de Infantaria Paraquedista do Exército, “que compartilham posição político-ideológica semelhante, discurso radical de deslegitimação do Estado de Direito e propensão à ação violenta”.

“Seus membros expressam discurso de ruptura constitucional e demonstram disposição para envolvimento em ações violentas. Além disso, cultivam imagens de prontidão de que aguardam uma suposta ordem presidencial que os acionem”, afirmou o relatório.

Menos de duas semanas antes do ataque de 8 de janeiro, a Abin também escreveu que os Boinas Vermelhas tinham “capacidade, motivação e meios” para planejar, executar ou dar suporte a atos violentos, e colocavam em risco a posse do presidente eleito.

“Ademais, [o grupo] pode atuar como indutor de atos de vandalismo e obter a adesão de participantes da ocupação que originalmente não demonstravam propensão à violência”, completou a agência no relatório enviado aos governos Jair Bolsonaro (PL), Ibaneis Rocha (MDB) e ao gabinete de transição.

Alan Diego está preso desde 17 de janeiro. Em maio, ele foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão pela tentativa de explosão do caminhão-tanque.

O terceiro envolvido diretamente no episódio, Wellington Macedo, está foragido da Justiça. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Ana Priscila e Diego Ventura.

Por Thaísa Oliveira 

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