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Museu Nacional apresenta quatro exposições aos brasilienses

A partir desta sexta-feira (28/5), o espaço vai funcionar das 10h às 16h com capacidade para 30 pessoas, em Brasília

O Museu Nacional da República apresenta quatro exposições distintas aos brasilienses, a partir desta sexta-feira (28/5), das 10h às 16h, em Brasília. O espaço foi autorizado a funcionar por portaria da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) publicada na última segunda-feira (24/5), com capacidade para 30 pessoas.

“Os museus abrem as suas portas de forma segura e sem riscos de aglomerações, tornando-se alternativas prudentes de experiência artística para a população”, declarou o secretário, Bartolomeu Rodrigues.

Os visitantes encontrarão uma novidade na estrutura arquitetônica interna do local. “Nós desmontamos a Galeria Acervo para recuperar a arquitetura original do prédio. Agora, podemos ver o mezanino suspenso por tirantes, sem nenhum pilar, como no projeto original de Oscar Niemeyer. O contato direto com as obras de arte e com o prédio do Museu é algo que queremos incentivar com atenção à saúde coletiva”, conta a diretora do museu, Sara Seilert..

O público terá a oportunidade de conhecer exposições inéditas com destaque especial ao artista Alex Vallauri, que propõe uma aproximação com o ambiente das ruas, por meio da linguagem do grafite e do estêncil. “Ele propõe uma montagem inusitada para o Museu, com andaimes e tapumes, em contraste com o formato semiesférico e a estética do prédio”, acrescenta a diretora.

Alex Vallauri

A galeria principal expõe a arte de Alex Vallauri (1949-1987). Nascido na Etiópia, o grafiteiro, artista gráfico, gravador, pintor, desenhista e cenógrafo, emigrou para o Brasil, em 1965, transferindo-se para a capital paulista depois de uma estadia em Santos, onde se iniciou em xilogravura.

O texto de apresentação da exposição, que leva o nome do autor e tem curadoria de Fabrícia Jordão, traz “a poética e o pensamento do artista, atualizando-os com noções de arte urbana brasileira e suas relações e disputas com o espaço urbano patrimonializado de Brasília, com suas esferas públicas”.

Vallauri substitui as técnicas do grafite tradicional por grandes moldes conhecidos como estêncils (técnica de pintura que utiliza o molde vazado para aplicar um desenho em qualquer superfície), que usou para estampar paredes e muros das cidades que marcou sua arte. Ele traz elementos identitários de sua poética urbano-espacial: a bota, o telefone, a bailarina e o frango assado.

Arte espalhada

A arte inquientante de Suyan Mattos. Foto: Divulgação/Museu Nacional

A dor surge na obra de Suyan de Mattos, na Sala 2, com “A Mulher Forte Arrancou a Dor e a Aprisionou Numa Caixa”. A exposição trata da dor que é subjetiva, complexa e difícil de definir. O texto de apresentação diz que há 10 anos a artista adoeceu e passou a sentir dor diariamente. Isso levou-a a mudar a linguagem artística. Por não conseguir mais pintar grandes telas buscou no bordado um modo de “ativar e misturar suas experiências de vida para produzir um padrão individual, único e inimitável”, que a tornasse “a bordadeira do próprio destino”.

O artista marchand e empresário, Marcos Amaro, festeja a reabertura do museu: “Fico muito feliz. Meu trabalho tem um diálogo muito grande com o momento que estamos vivendo. O traço existencialista presente nele traduz o maior contato de cada um consigo mesmo. As pessoas estão enclausuradas e anseiam por liberdade. É fundamental esse momento de reaproximação com a arte”, elabora o paulistano que cita Heráclito, Heidegger e Nietszche para justificar os traços presentes em “O Poço”, exposição no Mezanino.

Na Galeria Térreo, Marçal Athayde, em “Decifra-me ou Te Devoro – O Enigma da Cidade”, reúne 32 obras nas quais o artista aborda as relações e tensões entre o sujeito e a cidade, num questionamento sobre a vida moderna que os tempos atuais de pandemia tornam ainda mais necessário.

Veja a lista completas das exposições

  • Alex Vallauri (1949-1987): “Alex Vallauri” (Galeria Principal até 22 de agosto)
  • Marçal Athayde: “Decifra-me ou Te Devoro – O Enigma da Cidade” (Galeria Térreo até 8 de agosto)
  • Marcos Amaro: “O Poço” (Mezanino até 22 de agosto)
  • Suyan de Mattos, “A Mulher Forte Arrancou a Dor e a Aprisionou Numa Caixa” (Sala 2 até 8 de agosto)

Serviço

Horário: de sexta a domingo, das 10h às 16h.
Endereço: Setor Cultural Sul, Lote 2, próximo à Rodoviária do Plano Piloto, Brasília
Telefone: (61) 3325-5220.
Ingresso: entrada gratuita

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