Com 19 anos, Miss Universo Brasil 2023 rebate críticas por pouca idade: ‘Se não hoje, quando?’
Em uma das primeiras entrevistas após o concurso, gaúcha Mari Brechane avalia que foco e personalidade foram seus diferenciais e diz que, hoje em dia, ser miss 'é como ser diplomata'
Pouco mais de 24 horas após ser eleita Miss Universo Brasil 2023, a gaúcha Maria Eduarda Brechane já começou a ver sua vida mudar. Primeiro que seu nome está pipocado na internet como nunca. Uma busca no Google pelo termo “Mari Brechane” reúne quase 50 mil registros. Seu perfil no Instagram, então, nem se fala: teve no período um crescimento de 400% no número de seguidores –foi de 14 mil para 70 mil.
“Sinto uma responsabilidade muito grande. Para mim, ser Miss Brasil hoje é como ser uma diplomata, pois carrego as causas e diversidades do meu país, do qual sou uma representante. É preciso ter muita maturidade”, diz ela, que é modelo desde os 13 anos, atriz e estudante de jornalismo, em conversa com a coluna.
Sua agenda também ficou bem mais agitada no pós-vitória, recheada com vários compromissos. Tem desde atividades com patrocinadores e entrevistas para imprensa até sessões de fotos e vídeos para redes sociais. Com esse buzz ainda em andamento, obviamente, a miss também ficou exposta —tanto para o lado positivo quanto para o negativo.
Um dos maiores questionamentos que têm surgido, principalmente dos fãs, são referentes à idade da modelo. Tem gente que acha que seus 19 anos não são suficientes para ocupar o trono de Miss Universo Brasil, e preferiam que a vencedora fosse uma miss mais experiente. Mari era a mais nova no grupo de 7 finalistas, que tinham idades entre 22 e 27 anos.
“Minha idade não me define. Sou muito mais que um número, sou uma mulher batalhadora e focada. Não existe tempo certo para correr atrás de um sonho”, rebate a miss. No Top 3 estavam a Miss Mato Grosso, Bárbara Reis (2º lugar), e a Miss São Paulo, Vitória Brodt (3º), que têm, respectivamente, 26 e 24 anos.
As últimas misses que venceram o título com menos de 20 anos foram a piauiense Monalysa Alcântara, com 18 (2017), e as também gaúchas Fabiane Niclotti (2004) e Gislaine Ferreira (2003), ambas com 19. Antes de Mari, a média de idade no dia da coroação dos últimos 10 anos do concurso estava em 22,8 anos.
“A maturidade que adquiri veio através da vivência e das experiências que tive ao longo da vida. Hoje sou inspiração para mulheres que muitas vezes deixam seus sonhos de lado por serem julgadas como jovens ou velhas demais para investir nele. Se não hoje, quando?”, filosofa.
Mari foi eleita no início da madrugada de domingo (9), e deixou para trás outras 26 candidatas, em concurso realizado na zona sul de São Paulo. Ela é a 15ª representante do Rio Grande do Sul a vencer o certame em 69 edições. Por sua ascendência, a miss tem traços indígenas e europeus, é do signo de áries, adora esportes e diz estar solteira.
Sua inspiração é a conterrânea Ieda Maria Vargas, que foi a primeira brasileira a vencer o Miss Universo, em 1963, e foi homenageada no evento. “Além de conhecer a história da Ieda, tive a oportunidade de estar com ela algumas vezes”, afirma. “Acredito e me dedicarei para que, neste ano, o Brasil volte a se classificar no Miss Universo. Do meu lado, não serão medidos esforços para que eu consiga trazer essa coroa para nós novamente, depois de mais de 50 anos.”
Além do trabalho como modelo, Maria Eduarda está envolvida há anos em projetos sociais e pretende continuar trabalhando nessa área como miss. Seu principal objetivo é incentivar a cultura, o esporte e o lazer, pois acredita que essas questões têm um impacto significativo na vida de toda a sociedade. Ela vê a oportunidade de tirar crianças das ruas e inspirá-las a buscar algo novo.
Por Fábio Luís de Paula