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FolhaPress

Como Glória Maria foi de repórter a personagem da televisão brasileira

Carismática e com uma incrível capacidade de comunicação, ela foi uma repórter que crescia naturalmente na tela

Glória Maria em retrato de Bob Wolfenson

Em mais de cinco décadas de carreira, sempre na Globo, Glória Maria, morta nesta terça-feira (2) aos 73 anos vítima de um câncer, escreveu uma história muito rara no jornalismo. Tornou-se uma referência para diferentes faixas de público e, mais incomum ainda, para colegas e profissionais do meio.

Carismática, curiosa, com muito jogo de cintura e uma incrível capacidade de comunicação, Glória foi uma repórter que crescia naturalmente na tela. Sem muitas referências anteriores a ela, criou um estilo próprio, reconhecível.

Glória se profissionalizou na década de 1970, no momento em que a Globo começou a se tornar o principal canal de TV do país. O investimento da emissora em jornalismo foi um dos grandes acertos deste período. Nasceram, então, três programas que até hoje estão no ar —Jornal Nacional, desde 1969, Globo Repórter e Fantástico, ambos iniciados em 1973.

A geração da qual Glória faz parte e está até hoje no imaginário de quem assistiu à Globo naquela década. É uma época de investimento também em correspondentes internacionais, como Sandra Passarinho, Helio Costa, Lucas Mendes, Silio Boccanera e Roberto Feith, entre outros, que cumpriram carreiras marcantes e igualmente originais.

No caso de Glória, havia um elemento a mais. Ela era uma mulher negra de origem humilde. Filha de um alfaiate e uma dona de casa, nunca passou fome, “mas era tudo contadinho”, conforme contou a Nina Lemos, da revista TPM.

O depoimento do músico Emicida é impressionante. “Glória Maria é uma das maiores referências de possibilidade que esse país já viu”, disse. É uma percepção importante, sobre um papel que ela não precisou enunciar em voz alta —uma repórter negra na tela da TV.

Só em 2019, com a publicação da biografia de Roberto Marinho escrita por Leonêncio Nossa, ” O Poder Está no Ar”, o romance entre Glória e José Roberto, filho caçula do empresário, ganhou ares públicos.

“Papai foi tranquilo. Gostava dela, tinha admiração por ela. Mas eu senti o preconceito no Rio quando estava na companhia dela em lugares públicos. Aqui as classes sociais são apartadas”, afirma.

No ano seguinte, em entrevista a Pedro Bial, Glória tratou abertamente da história e falou sobre racismo. “Quando você nasce negro, e eu nõ sou mulatinha, sou negra mesmo, sou preta, você aprende a reconhecer isso a 30 quilômetros de distância. Você sabe onde está um racista.”

Uma parte da fama de Glória foi adquirida em reportagens “de risco”, aventuras em que expôs sua imagem em situações aparentemente fora de controle. É uma etapa da carreira em que a repórter se torna também personagem, transmitindo uma aura heroica.

São sempre lembradas as reportagens para o Fantástico, como um voo que simula gravidade zero na qual ela encarna o espírito do programa, “o show da vida”, ou ainda uma caminhada entre dois balões no ar, que fez no Domingão do Faustão.

Na última fase da carreira, quando deixa o Fantástico, onde também foi apresentadora, e passa a integrar a equipe do Globo Repórter, Glória se tornou famosa entre as novas gerações.

É um período em que o Globo Repórter, já sem a mesma relevância e sob a sombra do Profissão Repórter, se especializa em temas como saúde, qualidade de vida, ecologia e turismo. Eis que Glória Maria vira personagem de piadas na internet. Vira meme.

Foi assim, em 2013, quando o programa comemorava 40 anos de vida. Glória Maria foi ao Vietnã, fazer uma reportagem muito bem produzida, mas panorâmica e superficial. A certa altura, num cais, a repórter toma um tombo cinematográfico.

“Caí bonito”, diz. Como escrevi à época, a cena poderia ter sido cortada pela edição, mas não foi. Também virou meme.

O mesmo aconteceu em 2016, numa viagem à Jamaica. Ao participar de um ritual rastafári, experimentou maconha: “Recusar nem pensar. Seria um desrespeito à tradição”, avisou, inundando as redes sociais com imagens engraçadas do momento em que inala a erva de um cachimbo.

É uma fase de enorme popularidade e que mostra Gloria Maria sintonizada com os tempos atuais.

Por Mauricio Stycer
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