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Equipe de refugiados para Olimpíada de Tóquio competirá com 29 atletas

Número é quase o triplo da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, quando o COI adotou pela primeira vez a equipe para aumentar a conscientização sobre os refugiados

Uma equipe de atletas refugiados composta por 29 membros participará de 12 esportes nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O tamanho do time, que vai competir sob a bandeira olímpica, é quase o triplo do inaugural, nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

O país de origem predominante entre eles é a Síria, com nove atletas. Há também esportistas oriundos do Congo, Sudão do Sul, Eritreia, Venezuela, Irã, Afeganistão, República Democrática do Congo, Iraque e Camarões.

Os atletas foram selecionados a partir de um grupo original de 56, apoiados por comitês olímpicos ou federações esportivas de 13 países por meio de um sistema de bolsas. De acordo com o Comitê Olímpico Internacional(COI), além do desempenho esportivo, foram consideradas histórias pessoais, bem como uma representatividade equilibrada em termos de esporte, gênero e regiões para chegar à lista final.

A seleção levou em consideração ainda o status de refugiado confirmado pela Agência das Nações Unidas para Refugiados.

Em 2016, nos Jogos do Rio, o COI adotou pela primeira vez a equipe para aumentar a conscientização sobre o tema, enquanto centenas de milhares de pessoas chegavam principalmente à Europa fugindo de conflitos e da pobreza.

Dos 10 representantes que estiveram na última Olimpíada, 6 participarão da edição japonesa, entre eles o judoca Popole Misenga, 29, residente no Brasil desde 2013. Naquele ano, o congolês veio ao país para a disputa do Mundial, sofreu maus-tratos dos treinadores e resolveu desertar.

Ele treina no Instituto Reação, no Rio de Janeiro, e teve seu nome gritado pelos torcedores brasileiros durante os Jogos em sua nova casa há cinco anos. “Quando entrei na arena, achei que não teria nenhum torcedor. De repente vi o Brasil inteiro torcendo para mim. Veio um negócio…”, relatou na ocasião.

Quem também irá para sua segunda participação é a nadadora síria Yusra Mardini, 21, refugiada na Alemanha desde 2015.

Durante a travessia entre os dois países, o bote que ela ocupava com a irmã e outras 18 pessoas teve defeitos, e elas o empurraram por horas no mar Egeu. Após participar da Olimpíada do Rio, um livro e um filme contaram a sua história.

O iraniano Hamoon Derafshipour, 28, que se mudou para o Canadá para poder realizar o sonho de ir à Olimpíada ao lado de sua esposa, Samira Malekipour, também integra o time de refugiados. “Nunca seria permitido que ela fosse minha técnica na Olimpíada”, contou Derafshipour. A Olimpíada era meu sonho. Mas não seria mais se fosse sozinho. Sem Samira, eu preferia não viajar porque depois de algum tempo passou a ser o nosso sonho, não apenas meu.” Ele pretende representar o Canadá nos próximos anos, quando regularizar sua cidadania.

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