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FolhaPress

Inglaterra goleia o Irã, e protestos entram em campo no Qatar

Jogadores ingleses se ajoelharam antes de a bola rolar

Foto: Reprodução/Twitter/FIFA

Primeira seleção campeã mundial a entrar em campo nesta Copa do Mundo, a Inglaterra fez valer as expectativas em torno da partida tanto no aspecto esportivo quanto no político.

Momentos antes de a bola rolar para o confronto contra o Irã, no estádio internacional Khalifa, em Doha, os jogadores ingleses ajoelharam-se em campo em um protesto contra o racismo.

Quando a bola rolou, a seleção europeia dominou a partida e goleou o adversário por 6 a 2, com cinco gols marcados por jogadores negros: Jude Bellingham, Saka (duas vezes), Sterling e Rashford. Grealish
fechou a goleada. Mehdi Taremi marcou os dois do Irã.

Os jogadores iranianos também protestaram. Eles optaram por não cantar o hino nacional do país, em uma aparente demonstração de apoio aos manifestantes em seu território. Os protestos foram desencadeados pela morte de uma jovem sob custódia da polícia moral.

Já os jogadores ingleses se ajoelham, como fazem antes de todas as partidas desde o assassinato de George Floyd, em junho de 2020, nos EUA. A morte do homem negro, asfixiado por agentes policiais, impulsionou uma série de protesto ao redor do mundo, sob a bandeira do movimento “Black Lives Matter”.

Na Inglaterra, os times também fazem protestos antes dos jogos da Premier League, assim como atletas ingleses de outros esportes, como o piloto de F1 Lewis Hamilton.

Em março deste ano, a seleção inglesa recebeu um relatório com acusações de abusos e desrespeitos cometidos contra mulheres, a comunidade LGBTQIA+ e trabalhadores imigrantes no país-sede do Mundial. Na ocasião, o volante Jordan Henderson, vice-capitão do elenco, disse que a situação era “horrenda”.

A partir daí, o time inglês já começou a traçar os planos para os protestos que faria durante o torneio. Um deles, no entanto, acabou sendo vetado pela Fifa.

O capitão Harry Kane foi expressamente proibido pela entidade de usar uma braçadeira com as cores do arco-íris e o slogan “One Love”, de apoio aos membros da comunidade LGBTQIA+. A determinação ocorreu após um encontro entre representantes da Fifa e da seleção inglesa, segundo jornal The Telegraph.

Ao todo, 10 das 32 seleções que estão na Copa pretendiam usar a braçadeira, mas foram alertadas de que isso poderia resultar em punições, como cartão amarelo para os seus jogadores. Na Copa do Mundo, com dois cartões acumulados, um atleta já deve cumprir um jogo de suspensão.

Nesta segunda (21), sete dessas equipes anunciaram que seus capitães não usariam mais a braçadeira.

“Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição na qual poderiam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões”, disseram em nota conjunto as seleções da Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça.

Pela seleção inglesa, o capitão Harry Kane jogou com uma braçadeira dada pela própria entidade máxima do futebol. A peça tinha a inscrição “no discrimination” (“não à discriminação”).

O jogador teve boa atuação na partida, mas foram ingleses negros que tiveram o maior destaque.

Só no primeiro tempo, foram três gols. Jude Bellingham marcou aos 35 minutos, Saka fez o primeiro dele aos 43 e Sterling balançou a rede nos acréscimos.

A etapa inicial ficou marcada ainda pela primeira substituição extra da história das Copas do Mundo por concussão. A nova regra foi adotada pela Fifa justamente a partir desta edição. Em caso de substituições por suspeita de concussão, os técnicos podem fazer até uma substituição sem descontar das cinco que eles têm direito.

A regra foi usada pelo Irã, que precisou substituir o goleiro Beiranvand após ele se chocar com o zagueiro e companheiro de time Majid Hosseini.

O goleiro caiu no gramado, ficou sangrando e precisou ser atendido por médicos. O jogador ainda tentou continuar na partida, mas acabou substituído por Hossein Hosseini.

Depois do intervalo, a Inglaterra ampliou aos 17 minutos, novamente com Saka. O Irã conseguiu fazer um gol com Mehdi Taremi, aos 20, mas Rashford, aos 26, e Jack Grealish, aos 45, ampliaram para os ingleses na sequência.

Antes do fim, já no minuto final, o zagueiro Stones cometeu um pênalti. O árbitro brasileiro Raphael Claus conferiu o lance no VAR (árbitro de vídeo) e Mehdi Taremi converteu a cobrança.

O confronto marcou, também, a primeira vez desde o Mundial de 1950 que o hino oficial da Inglaterra tocado no torneio foi “God Save the King” (“Deus Salve o Rei”). A versão foi novamente mudada neste ano, após a morte da rainha Elizabeth 2ª, aos 96 anos. Até então, a versão tocada era “God Save the Queen” (“Deus Salve a Rainha”).

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