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FolhaPress

Mayra lembra da família e se emociona com bronze: “chorando igual criança”

A judoca subiu ao pódio nos Jogos Olímpicos de Tóquio após vencer a sul-coreana Hyunji Yoon por ippon, na manhã de hoje (29/7)

Mayra Aguiar
Foto: 2021 Getty Images

Medalhista de bronze nas Olimpíadas de Tóquio na categoria até 78kg, a judoca Mayra Aguiar não escondeu a emoção e foi às lágrimas ao lembrar os obstáculos que superou ao longo deste ciclo. Ela subiu ao pódio nos Jogos Olímpicos de Tóquio após vencer a sul-coreana Hyunji Yoon por ippon, na manhã de hoje (29/7), no horário de Brasília.

Em novembro do ano passado, por exemplo, ela foi submetida a uma cirurgia após grave lesão no joelho esquerdo, mas se recuperou a tempo de estar na capital japonesa e entrar para a história. Com a terceira medalha olímpica, ela se igualou a ex-jogadora de vôlei Fofão como brasileira com o maior número de conquistas na competição.

“Acho que vai vir aos poucos [a noção do feito], mas eu me emocionei muito, muito. Nunca chorei tanto, estou chorando igual criança. Mas é que está muito entalado ainda, sabe? Tudo que eu vivi… Foi muito tempo de superação, foi uma atrás da outra, uma atrás da outra. E poder concretizar com uma medalha é muito importante para mim. Acho que é a maior conquista que já tive em toda a minha carreira. Por tudo que aconteceu, por tudo que vivi, hoje poder estar com isso concretizado é muito gostoso, é muito bom”, disse.

A judoca lembrou os obstáculos que teve de superar neste último ciclo e ressaltou o suporte que teve para superar os momentos de dificuldade e chegar bem às Olimpíadas.

“Acho que o principal foi, realmente, a pandemia. Acho que a cirurgia veio como aquele brinde extra ruim. Foi bem difícil mesmo. Sabe quando parece que está tudo ruim e você pensa que não tem como piorar, e aí piora. Foi mais ou menos isso que vivi. Foi uma briga psicológica todos os dias, desde a hora em que me machuquei até o momento de hoje. Foram altos e baixos. A estrutura que eu tinha junto comigo me ajudou a passar por tudo isso. Meu clube, as pessoas que treinam comigo, minha família, que me aguenta nos piores momentos. Sou muito chata quando estou… Imagina! Com dor, de dieta, fazendo loucura para conseguir um treinamento bom. Foi muita coisa. Foram essas pessoas que me aguentaram, que seguraram essa barra. Dedico muito a elas. Seria impossível passar por todos esses momentos se não tivesse eles ao meu lado”, afirmou.

Mayra ressaltou o apoio que teve da família, lembrando a mãe, Leila Aguiar, e a irmã, Hellen, além do namorado Vinicius Coelho. A judoca avisa que quer colocar a medalha das Olimpíadas do Tóquio no peito de cada uma delas, como forma de agradecimento e mostrar que participaram da conquista.

“Foi barra, de verdade. Foi bem difícil mesmo tudo que vivi. Eu estava tentando me isolar, mas era impossível. Me isolar mentalmente, sabe? De rede social, televisão, tudo. Isso me afeta muito, eu sinto muito essa energia. Então, essas pessoas… Até a cadelinha que adotei, Estava na época de cirurgia, não podia fazer nada, então poder cuidar de um animalzinho, dar um suporte, me fez muito bem também. Minha irmã, nem se fala. Ela estava comigo em todos os momentos e é fisioterapeuta. Neste momento, foi muito importante para mim. Abusei muito dela, coitadinha, mas ela está com essa medalha no peito junto comigo. Meu namorado, que me aguentou de TPM, de dieta… Não sei como aguenta! Minha mãe, em todas as cirurgias, foram sete cirurgias, estava lá comigo, segurando minha mão, chorando junto, me dando força. Essas pessoas são muito importantes. Em todas elas quero colocar a medalha no peito e falar: “Vocês são guerreiros, eu não ia conseguir sem vocês.”

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