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FolhaPress

Terceira denúncia de assédio sexual contra Rogério Caboclo chega à CBF

A terceira é de uma funcionária que já havia prestado depoimento ao Ministério Público

rogerio-caboclo

A Comissão de Ética da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tem agora três denúncias de assédio sexual contra o presidente afastado, Rogério Caboclo.

Segundo o site GE.com, a terceira foi recebida nesta semana e é de uma funcionária que já havia prestado depoimento ao Ministério Público. Ele nega as acusações.

Ela, que deixou a CBF em 2019, afirma que foi assediada em um voo em que esteve com Caboclo e o diretor de comunicação da entidade, Douglas Lunardi.

Na viagem, segundo o depoimento da funcionária, o então presidente teria bebido vinho, pedido para sentar-se ao seu lado e acariciado o seu braço repetidamente, mesmo após ela questionar a atitude.

À comissão, segundo o GE.com, a depoente acrescentou outros episódios. Afirmou que reservava, a pedido de Caboclo, quartos em hotéis para mulheres que ela não conhecia. Também relatou que numa viagem à Suíça o dirigente a chamava com frequência para reuniões no quarto dele e falava sobre sua vida pessoal, numa tentativa de forçar intimidade.

Disse ainda que, após a sua saída da CBF e diante da iminência das denúncias de assédio, ele tentou comprar o seu silêncio oferecendo um novo emprego na entidade.

Por ordem do Tribunal Regional do Trabalho, Caboclo não pode nem se aproximar da sede da CBF, um prédio na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.

Ele foi afastado da presidência em 6 de junho deste ano, em razão de uma outra denúncia de assédio sexual e moral feita por uma funcionária. A denúncia foi protocolada dois dias antes.

No mesmo final de semana do afastamento, o Fantástico exibiu um diálogo entre o cartola e a funcionária, no qual é possível ouvi-lo questionar se ela se masturbava e se mantinha um romance com outro colega da CBF.

A denunciante ainda disse, em relatório apresentado à Comissão de Ética, que o mandatário teria oferecido biscoito de cachorro para ela e a chamado de cadela.

A assembleia da CBF definiu, no final de setembro, a suspensão do dirigente até março de 2023, quando ele poderá retornar ao cargo –mas apenas por um mês, já que seu mandato acaba em abril.

O dirigente afastado provavelmente não terá chance de concorrer a uma reeleição na entidade. O próximo pleito poderá ser convocado a partir de abril de 2022, período no qual ele estará inelegível.

A pena de 21 meses diz respeito somente à primeira denúncia. Durante o período, ele ficará sem receber salários da CBF. Os outros dois casos ainda são investigados pela Comissão de Ética.

A defesa de Caboclo nega que tenha havido assédio moral e sexual.

No Ministério Público do Rio de Janeiro, que o investiga após a denúncia da funcionária, Caboclo fez acordo de transação penal para arquivar o caso.

O promotor Márcio Almeida cobrou uma multa equivalente a 100 salários mínimos, algo em torno de R$ 110 mil, em produtos como ração e medicamentos veterinários, para ser doados às entidades que cuidam de animais, além de cestas básicas, aparelhos celulares e peças para viaturas, entre outros materiais, para Patrulha Maria da Penha.

Além de negar qualquer prática de crime, Caboclo diz que tem sido alvo de ações orquestradas por Marco Polo Del Nero -seu antecessor, que deixou a CBF acusado de corrupção no caso chamado de Fifagate.

Ao GE.com, a defesa de Rogério Caboclo enviou a seguinte nota:

“O presidente da CBF, Rogério Caboclo, não cometeu crime de assédio contra nenhuma funcionária da entidade. E nem mesmo a denunciante narra conduta que configura assédio. Infelizmente, Marco Polo Del Nero e seus comparsas armaram um golpe sem precedentes para retomar o controle do futebol brasileiro.

Esse grupo, que articula na instância administrativa para manter Rogério Caboclo afastado, não aceita o fim dos privilégios e esquemas que perduravam há muito tempo na CBF. O Conselho de Ética, que funciona como um verdadeiro tribunal de exceção, tem atuado com clara parcialidade ao longo do processo de afastamento e todas as decisões tomadas foram ilegais ou nulas, como ficará provado”.

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