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Vacina cubana contra Covid-19 tem eficácia de 62%, diz preliminares
FolhaPress

Vacina cubana contra Covid-19 tem eficácia de 62%, mostram dados preliminares

Anúncio sobre o imunizante foi divulgado pela farmacêutica estatal BioCubaFarma, no último domingo (20/6)

Vacina cubana
Foto: Kevin David/A7 Press/Folhapress

A vacina cubana contra Covid-19 chamada Soberana 2 tem eficácia de 62% quando aplicada em duas doses, segundo um anúncio da farmacêutica estatal BioCubaFarma no último domingo (20/6).

Esse foi o principal achado dos testes de fase 3 do imunizante, com base na aplicação de duas das três doses previstas no estudo. “Em algumas semanas teremos os resultados finais de eficácia com as três doses, e esperamos [a eficácia] ainda maior”, disse o diretor do Instituto Finlay de Vacinas, Vicente Vérez.

A taxa está acima do limite de 50% de eficácia preconizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para os imunizantes anti-Covid. O esquema de doses testado é de duas doses da Soberana 2 com 28 dias de intervalo entre elas e uma terceira dose, chamada de Soberana Plus, 28 dias após a aplicação da segunda dose.

A vacina Soberana 2 foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto Finlay de Vacinas e será produzida na farmacêutica estatal, que possui mais de 30 laboratórios em todo o país. Além da Soberana 2, outra vacina, chamada Abdala, está em fase final de testes em humanos.

Ainda de acordo com o comunicado do último domingo, o período de testes da vacina indica a eficácia em proteger contra as variantes de preocupação do vírus, uma vez que as novas cepas surgiram no final de 2020 e se tornaram dominantes em todo o mundo no começo de 2021.

“Essa eficácia não é contra a forma ancestral do vírus, mas, sim, contra a combinação de cepas circulantes em Havana nos últimos meses, onde há uma frequência considerável das variantes chamadas de preocupação em termos de sua maior transmissibilidade ou possibilidade de escape das vacinas”, afirmou Vérez.

A tecnologia da vacina Soberana 2 combina a região de ligação com o receptor (chamada RBD, nesse caso a proteína S do Spike do vírus, utilizada pelo patógeno para invadir as células) com a toxina do tétano em dosagem segura para evitar a infecção real. Uma vez dentro do corpo, o organismo reage à toxina tetânica e ataca as células que apresentam as espículas do vírus, induzindo à produção de anticorpos específicos contra o Sars-CoV-2.

Já a Abdala foi desenvolvida pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) de Havana. Ela utiliza fragmentos da proteína do Sars-CoV-2 e leva as partes do vírus para dentro do organismo em nanopartículas conjugadas, como é a vacina da Novavax.

Cuba possui um longo histórico de produção de vacinas, com o desenvolvimento de um imunizante próprio contra a meningite B no final dos anos 1980. Para a Covid-19, o país apostou somente no desenvolvimento de vacinas próprias, sem a importação de tecnologias produzidas em outros países, como foi o caso do Brasil e alguns países europeus.

Com a conclusão dos ensaios clínicos de fase 3 nas próximas semanas, o governo cubano espera solicitar a autorização para uso emergencial do imunizante. No início de junho, o Centro para o Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (CECMED) autorizou o início dos estudos das duas vacinas em crianças e adolescentes de 3 a 18 anos.

Os testes serão feitos com as vacinas Soberana 2 e Soberana Plus e visam avaliar a segurança, reatogenicidade e imunogenicidade das vacinas, de acordo com o órgão.

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