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FolhaPress

Bolsonarista Nikolas Ferreira deve ser deputado federal mais votado do país

Ele se tornou, porém, o mais votado da história de Minas Gerais, batendo Patrus Ananias (PT), eleito em 2002 com 520.046 votos

Foto: Reprodução/Twitter

O vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL) deve ser o deputado federal mais votado do país neste domingo (2). Com 96% das urnas apuradas no estado, ele liderava com folga a corrida pela Câmara, com mais de 1,4 milhão de votos -o segundo colocado, André Janones (Avante), tinha 231 mil, e a terceira, Duda Salabert (PDT), 201 mil.

Ainda que expressiva, a votação de Ferreira não supera a do deputado federal mais votado da história do país, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que em 2018, ainda pelo PSL, recebeu 1.843.735 votos, superando com folga os 1.573.642 votos obtidos pelo recordista anterior, Enéas Carneiro (Prona-SP), em 2002.

Ele se tornou, porém, o mais votado da história de Minas Gerais, batendo Patrus Ananias (PT), eleito em 2002 com 520.046 votos.

Eleito vereador de Belo Horizonte em 2020 com 29.388 votos, Nikolas Ferreira tem 26 anos e deve se somar ao pelotão bolsonarista na Câmara. O mineiro integrou a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) na visita a países árabes, em 2021, e foi barrado em setembro do mesmo ano ao tentar entrar no Cristo Redentor sem comprovante de vacinação.

Até a publicação deste texto, o segundo deputado mais votado do país era Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, com 988 mil votos, com 98% das urnas apuradas. Boulos é seguido pelo trio bolsonarista Carla Zambelli (937 mil),

Eduardo Bolsonaro (733 mil) e Ricardo Salles (635 mil), todos do PL. O filho do presidente Bolsonaro teve menos da metade dos votos que recebeu há quatro anos.

Coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos desistiu de concorrer ao governo estadual para tentar um assento na Câmara. Nas redes sociais, disse que a decisão foi tomada para fortalecer a esquerda no Congresso Nacional.

Atrás de Salles, na sequência na lista de mais votados em São Paulo, aparecem Delegado Bruno Lima (PP), Tabata Amaral (PSB), Celso Russomanno (Republicanos) e Kim Kataguiri (União).

No Rio de Janeiro, com 97% da apuração concluída, a corrida está mais apertada. O general Pazuello (PL), ex-ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro, lidera com 201 mil votos, à frente de Daniela do Waguinho (União) e Talíria Petrone (PSOL).

O ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos) foi o deputado mais votado do Paraná -recebeu 344 mil votos, com 99% das urnas apuradas. Aliado do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, também eleito senador, o ex-procurador tem como principal pauta o combate à corrupção. Ele tem enfrentado reveses na Justiça e disse que o STF é “a casa da mãe Joana” em propaganda eleitoral.

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, é a segunda mais votada pelos paranaenses, com 260 mil eleitores, pouco à frente de Filipe Barros (PL), 240 mil. O aliado de Bolsonaro, a exemplo do presidente, tem feito ataques sistemáticos às urnas eletrônicas e apresentou um relatório favorável ao voto impresso em 2021.

Em Mato Grosso do Sul, o presidente do Proarmas (Associação Nacional Movimento Pró Armas), Marcos Pollon (PL), lidera a corrida, com mais de 103 mil votos. Ele disputou pela primeira vez um cargo parlamentar. O Proarmas se intitula um movimento pela busca do “direito fundamental” da legítima defesa e apoiou postulantes a diferentes cargos na eleição deste ano. O grupo defende, principalmente, o interesse dos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).

Pollon ganhou notoriedade durante o atual governo por lutar a favor da pauta armamentista, bandeira do presidente da República.

Outra forte aliada de Bolsonaro também deve se consagrar como a deputada federal mais votada, no Distrito Federal. Bia Kicis (PL) mais que dobrou seu número de eleitores em relação ao pleito de 2018. Com 100% da apuração concluída, ela somou 214.733 votos, ante 86.415 em 2018 -na ocasião, ficou em terceiro lugar, atrás de Erika Kokay (PT) e Flávia Arruda (PL).

Neste ano, Kokay terminou como a terceira na preferência do eleitorado, com Fred Linhares (Republicanos) à sua frente por pouco menos de 20 mil votos. Arruda concorreu a uma vaga no Senado pelo PL, mas não foi eleita -ficou atrás da ex-ministra Damares Alves.

Outro aliado de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também se consagrou como o deputado federal mais votado, em Alagoas. Com 87,9% das urnas apuradas, Lira somava 194,2 mil votos -mais do que recebeu em 2018, 143.858, quando ficou em segundo lugar.

Com a vitória, Arthur Lira deve tentar a reeleição à presidência da Câmara. No sábado (1º), ele confirmou que seu partido, o PP, negocia uma fusão com o União Brasil, sigla criada em fevereiro a partir da junção de PSL e DEM. A nova legenda deverá reunir a maior bancada de deputados federais tanto nesta como na próxima legislatura, que se inicia em fevereiro. Isso aumentaria também as chances de Lira continuar no comando da Câmara mesmo em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Planalto.

Bolsonaristas também devem ser os mais votados em estados como Ceará (André Fernandes, PL), Pernambuco (André Ferreira, PL) e Santa Catarina (Carol de Toni, PL). Petistas lideraram a corrida no Rio Grande do Norte (Natália Bonavides), Mato Grosso (Professora Rosa Neide) e Espírito Santo (Helder Salomão).

Em Pernambuco, André Ferreira é irmão do candidato ao governo do estado Anderson Ferreira -que não passou ao segundo turno, ficando atrás de Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB). André é um dos 42 candidatos que mudaram a declaração racial entre 2018 e 2022, de branco para negro.

Também apoiadora de Bolsonaro, Clarissa Tércio (PP) foi a segunda deputada mais votada. Ela é esposa do Pastor Júnior Tércio, do mesmo partido, que deve ser o mais votado para a Assembleia Legislativa. Pedro Campos (PSB), filho de Eduardo Campos -morto em 2014, quando concorria à Presidência-, foi o terceiro mais votado pelos pernambucanos.

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