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Embaixada da Hungria demite funcionário após vazamento de imagens de Bolsonaro

A informação do desligamento de dois funcionários locais brasileiros foi revelada pela CNN Brasil

A embaixada da Hungria fez demissão após o vazamento de imagens do seu circuito interno de segurança que mostram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou dois dias na missão diplomática em Brasília.

A informação do desligamento de dois funcionários locais brasileiros foi revelada pela CNN Brasil. A Folha de S. Paulo confirmou que houve demissão de pelo menos um colaborador da embaixada.

A reportagem tentou contato com o embaixador húngaro, Miklós Halmai, mas não obteve resposta.

A presença do ex-presidente no local foi revelada em março pelo The New York Times, que divulgou vídeos do sistema de segurança interno mostrando que Bolsonaro chegou à embaixada na noite de 12 de fevereiro e permaneceu no local até dia 14.

Quatro dias antes, a PF havia apreendido o passaporte de Bolsonaro, no âmbito de uma investigação que apura uma trama golpista liderada pelo ex-presidente para mantê-lo no poder apesar da derrota eleitoral para Lula (PT).

Segundo a CNN, a embaixada demitiu os empregados locais que tiveram acesso ao sistema interno de câmeras mesmo sem ter comprovado a participação deles no vazamento.

O ex-presidente é aliado próximo do líder da Hungria, Viktor Orbán, um dos principais expoentes da extrema-direita na Europa.

O New York Times diz que as câmeras mostram que Bolsonaro estava acompanhado de dois seguranças quando permaneceu na embaixada.

O jornal americano descreve ainda os momentos em que Bolsonaro aparece no sistema interno de segurança da embaixada. O carro com o ex-presidente chega na missão diplomática por volta das 21h do dia 12, uma segunda-feira. Os registros indicam que ele teria sido albergado na parte do edifício em que há apartamentos para visitas.

As imagens também mostram o ex-presidente caminhando pelo estacionamento da embaixada no dia seguinte. Ele deixa o complexo no meio da tarde do dia 14. Os funcionários locais da embaixada não estavam trabalhando por causa do feriado de Carnaval.

Eles teriam sido comunicados no dia 14 para permanecerem em casa até o final da semana, ainda segundo o The New York Times.

Caso Bolsonaro permanecesse dentro da missão diplomática, em tese ele não poderia, por exemplo, ser alvo de uma ordem de prisão, por tratar-se de um prédio protegido pelas convenções diplomáticas.

No dia em que chegou à embaixada da Hungria em Brasília, Bolsonaro ainda divulgou um vídeo convocando apoiadores para a manifestação na Avenida Paulista em seu apoio, que aconteceu no dia 25 de fevereiro.

O ato reuniu milhares de simpatizantes em São Paulo e foi uma demonstração de força política do ex-mandatário. Ele pediu anistia aos processados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

A Polícia Federal decidiu investigar a permanência de Bolsonaro na embaixada húngara.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu prazo para que Bolsonaro explicasse a hospedagem.

Em resposta, a defesa do ex-presidente afirmou que ele não tinha o receio de ser preso quando se hospedei na embaixada e que é “ilógico” pensar em tentativa de fuga.

Por Gabriela Biló e Mariana Brasil

 

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