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FolhaPress

Tebet e Soraya foram alvo de mais de 5.000 ofensas após debate na Band, diz estudo

Instituto AzMina identificou uso de palavras misóginas contra presidenciáveis no Twitter

Foto: Reprodução

Um estudo feito pelo Instituto AzMina mostra que as presidenciáveis Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) foram alvo de ao menos 5.246 tuítes ofensivos após participarem do debate realizado por Band, Folha, UOL e TV Cultura, em agosto deste ano.

O levantamento, que é fruto de uma parceria com o InternetLab e o Núcleo Jornalismo, levou em consideração apenas as publicações que marcavam as contas das candidatas no Twitter, ou seja, que promoviam ataques de forma direta e explícita.

O MonitorA, como é chamado o observatório de violência política online do Instituto AzMina, analisou publicações que foram ao ar entre 28 de agosto, quando foi realizado o debate, e no dia seguinte a ele.

Ao todo, as duas presidenciáveis foram citadas diretamente em 63.863 manifestações no Twitter. A maior parte das menções foi feita em resposta a postagens de autoria das próprias candidatas. Da soma de publicações, cerca de 8% eram ofensivas.

“Esse total está relacionado a apenas dois dias. Se você pegar o número inicial de 63 mil menções, 5.246 [delas sendo ofensivas] é muita coisa”, afirma a jornalista de dados Lu Belin, uma das responsáveis pelo estudo.

Entre as mais de 5.000 publicações consideradas hostis, o observatório identificou 6.661 termos que correspondiam a insultos ou tentativas de inferiorizar Tebet e Thronicke. Entre eles havia palavras consideradas misóginas, gordofóbicas, de descrédito intelectual e de assédio sexual, por exemplo.

Variações de “você é uma vergonha” e “você envergonha as mulheres”, como dito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em ofensa à jornalista Vera Magalhães, foram identificadas em 1.050 tuítes. Muitos deles se voltavam às candidatas do MDB e do União Brasil, que repudiaram o episódio, mas também à profissional de imprensa.

Do total de tuítes ofensivos contra Tebet e Thronicke, 31% deles também citavam Magalhães. “A jornalista é ofendida diretamente em 215 tuítes”, afirma o levantamento.

O observatório do Instituto AzMina diferencia insultos de ataques. “Os insultos têm como característica linguagem hostil e desrespeitosa, mas não se trata de um ataque propriamente, ainda que seja mais duro do que uma simples crítica”, diz a seção que explica a metodologia do estudo. A categoria é exemplificada por meio de palavras como “mentirosa”, “cínica”, “corrupta” e “falsa”.

Já os ataques são tipificados como aqueles em que uma pessoa é inferiorizada. “É comum lançar mão de artifícios como desumanização, ofensa e assédio sexual, apontamento de defeitos morais, ataques a ideologia política ou religiosa, descrédito intelectual, incitação a violência física, ameaças, além de gordofobia, transfobia, lesbofobia, misoginia, homofobia, bifobia e racismo”, segue.

O observatório de violência política online do Instituto AzMina nasceu nas eleições municipais de 2020. Seu mais recente levantamento será divulgado na íntegra na próxima quinta-feira (22).

Por Mônica Bergamo

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