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FolhaPress

Transição discute abastecimento e preços de combustíveis em segunda reunião com Petrobras

Em nota, o grupo de trabalho disse que a estatal monitorando o abastecimento de combustíveis diante das dificuldades

Combustível
Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

O grupo de Minas e Energia da equipe de transição do governo Lula esteve na Petrobras nesta segunda-feira (5) para a segunda reunião com a direção da empresa para realizar um diagnóstico e propor medidas para a nova gestão, ainda não escolhida pelo presidente eleito.

Na reunião, o foco foi o setor de abastecimento de combustíveis e a política de preços da estatal, que é questionada por membros da equipe de transição, e garantiu que a empresa tem estoques suficientes para abastecer o mercado até o fim do ano.

Em nota, o grupo de trabalho disse que a estatal monitorando o abastecimento de combustíveis diante das dificuldades no suprimento global após o início da Guerra da Ucrânia. A empresa explicou a política de preços dos combustíveis e o processo de venda das refinarias.

Nenhuma medida, porém, foi ainda definida. Os membros da transição dizem que estão apenas colhendo informações para preparar um diagnóstico sobre a situação da empresa e do mercado brasileiro de combustíveis.
Sobre a política de preços, a avaliação da equipe de transição é que a abertura do setor de refino e combustíveis não trouxe os resultados esperados, escreveram, em artigo publicado na Folha de S.Paulo, Jean-Paul Prates, Rodrigo Leão e William Nozaki, três dos que estiveram na reunião desta segunda.

“Em vez de atração de investimentos e preços competitivos, o Brasil passou a conviver com a crescente volatilidade dos preços internos, a ausência de investimentos novos no parque de refino nacional e o aumento da dependência de importações para abastecer o mercado interno”, alegam.

Nesta terça (6), o grupo se reúne novamente com a estatal para discutir o plano de investimentos para os próximos cinco anos, divulgado na semana passada, com investimentos previstos em US$ 78 bilhões (R$ 409 bilhões) e previsão de distribuição de até US$ 80 bilhões (R$ 420 bilhões) em dividendos.

Com foco no pré-sal, o plano será alterado pelo novo governo, que quer a estatal de volta a segmentos abandonados por gestões anteriores, como refino e energias renováveis, alegando que o cenário global mudou desde que a estratégia atual começou a ser adotada, em 2016.

“A companhia precisa incorporar na sua estratégia de mudança climática não apenas a descarbonização, mas a produção de biocombustíveis limpos e de geração de energia, utilizando fontes renováveis”, defendem Prates, Leão e Nozaki.

“Manter a estratégia de se concentrar apenas na produção de energia suja e continuar dependente das importações de derivados é que nos ameaça com um passado conhecido de perder nossa soberania energética e contribuir com a poluição do planeta”, concluem.

Um das prioridades da transição em relação à estatal é suspender negociações de vendas de ativos para que os processos sejam reavaliados pela nova gestão da companhia.

Até o início de novembro, quando os últimos dados foram tornados disponíveis, a Petrobras tinha dez processos de venda de ativos assinados mas ainda não concluídos – dois deles, a venda refinaria de Manaus, e uma participação no campo de Búzios, o maior do país, foram concluídos na semana passada.

Outros 15 processos estavam em fase vinculante, quando já há negociações diretas com interessados. Um destes, a venda da refinaria de Betim, foi encerrado há duas semanas porque a proposta apresentada ficou abaixo do valor esperado.

Por Nicola Pamplona 

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